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Cada tipo de desporto tem as suas lesões comuns, e os desportos de resistência não são exceção

O título deste artigo poderia ser “Lesões comuns de pessoas que praticam desportos de resistência”. Cada tipo de desporto tem as suas lesões comuns, e os desportos de resistência não são exceção. Até nem é só porque a natação de águas abertas poderá ser um desporto monótono ou acarretar tantos riscos como o lançamento do dardo, mas simplesmente porque as doenças típicas da sociedade moderna também chegaram aos desportos. Isto força as pessoas a enveredar por um caminho que é claramente perigoso e nada saudável, mas o facto é que a busca pelo sucesso nos leva a esquecer que tudo o que é feito à pressa e à força, é contraproducente e chega a afetar direta ou indiretamente, o nosso estado físico e mental.

Estes aspetos negativos são tão corriqueiros que acabamos por considerá-los quase como naturais. Por exemplo, existe o stress normal, o correr de um lado para o outro o dia todo, os maus hábitos alimentares, o não beber líquidos suficientes, a má postura, o trabalho sedentário, a falta de um sono repousante e o excesso de estímulo – tudo isso contribui para o aparecimento de lesões as quais, em condições normais, poderiam ser facilmente resolvidas, mas derivado ao nosso estilo de vida, mas cedo ou mais tarde, acabam por causar danos significativos.

É impossível escapar
Nos artigos passados, já escrevi sobre os problemas da natação nas competições de triatlo. As elegantes braçadas dos atletas e que parecem tão fáceis de executar são bonitas de se ver, mas o facto é que se tem que investir muito esforço para se chegar a ter um desempenho aceitável ou adequado para uma competição desse calibre. Isto acontece não só com os adultos que já praticaram outros desportos, mas também é um problema dos atletas de triatlo, uma vez que a corrida e a bicicleta não ajudam a manter a flexibilidade das articulações dos ombros. Quando procurar ter um desempenho a alto nível ou simplesmente chegar a um estilo de natação que seja correto, irá certamente deparar-se com uma série de obstáculos ao tentar evitar lesões. De seguida, encontra uma lista de problemas possíveis:

  • Técnica errada. Com isto, refiro-me a movimentos errados, falta de dinâmica ou falta de feedback externo. Não é possível aprender-se a nadar corretamente pelos livros. Deve dedicar tempo e dinheiro e encontrar um instrutor que trabalhe consigo.
  • Tensões musculares resultantes do uso exagerado de vários equipamentos. Isto deve-se principalmente às sessões de treinos intensivas e prolongadas onde se utilizam placas de natação. Para fazer um treino eficiente, há que desenvolver exercícios separados para as pernas, braços e para um só braço de cada vez também.
  • Plano de treino muito monótono: “Uma vez que vou ter que nadar em estilo livre durante a competição, porque é que tenho que treinar de costas?” Veja a informação acima.
  • Respirar só para um lado. O corpo humano não é simétrico; tem tendência automática a escolher o lado que apresenta menos resistência, para onde se vira mais facilmente. Quando nadar 200 m ou mais, o ideal será tomar fôlego a cada duas braçadas, desde que mude de direção ao respirar passado alguns metros, independentemente de se sentir confortável ou não ou de ter que abrandar a marcha para o fazer. Desta maneira, irá evitar que um lado do corpo fique mais forte do que o outro.
  • Movimentos limitados. Mesmo durante o treino de natação, os meus estudantes não conseguem fazer uma boa braçada aberta ao nadar em estilo livre. Isto faz com que se gaste mais energia e concentração para estabilizar o corpo, manter o ritmo de natação e o movimento incorreto e além disso, provoca mais tensão em certos músculos e secções das articulações dos ombros. Pode eliminar este problema ao fazer exercícios regulares de mobilização e alongamentos, e também praticar natação de costas.

Se pensarmos em termos de uma competição de triatlo, a parte superior do corpo tem que estar preparada principalmente para ter um desempenho excelente ao nadar. Por outro lado, é sabido que quando se nada longas distâncias, a vantagem (ou desvantagem) obtida na natação acaba por não afetar demasiado o resultado geral, o que faz com que as pessoas optem por um plano de treino onde não dedicam tanto tempo e atenção para melhorar o movimento dos ombros. Com isto, acabam por ignorar os alongamentos e quando chegam à piscina ficam bastante competitivos, esforçam-se ao máximo e depois procuram fazer tudo o possível para aumentar o seu desempenho.

Isto muitas vezes resulta em uma das lesões mais comuns de quem pratica natação, a periartrite do ombro (Periarthritis humeroscapularis) ou o “ombro congelado”, como é conhecido.

Esta lesão é caracterizada pelo movimento limitado dos ombros. A articulação do ombro e os tendões e ligamentos deformam-se, o que pode resultar em dores muito agudas ao movimentar a área (ou mesmo em descanso). Isto limita os movimentos ativos e passivos nessa área concentrada durante um período curto de tempo, o que acaba por agravar mais o problema.

O que pode fazer se já tiver esse tipo de dor?
Quando passar por essa dor e eventualmente deixar de sentir pena de si mesmo, deve começar por fazer um tratamento regular com gelo, aplicar um creme anti-inflamatório e executar movimentos de aquecimento lentos sem usar pesos ou colocar qualquer tipo de carga nos ombros. À medida que a dor diminui, poderá aumentar a intensidade dos movimentos, mas deve sempre aplicar gelo depois na área. Pode vez aqui a contradição: quando se tem uma inflamação em determinada parte, geralmente evitamos o movimento, no entanto, para evitar este “congelamento”, é isto mesmo que deve fazer. Por isso, vá devagar e não se esforce demasiado.

“Se eu me sentir fraco, então devo trabalhar na força, certo? Não! Primeiro tem que aprender e praticar os exercícios.”

A base para qualquer tipo de atividade de alta competição é um grande nível de coordenação, habilidade e estabilidade. Se utilizar os músculos no momento errado e na ordem errada, os seus músculos mais fracos serão compensados e não aprimorará o seu desempenho e estilo de execução. Se quiser melhorar esta vertente, então primeiro tem que aprender os movimentos independentes e depois as passagens de uns para os outros em modo LENTO. Deve treinar regularmente e desenvolver os músculos principais, pois uma vez que tenha um tronco estável e forte, terá cada vez mais mobilidade e capacidade para treinar com mais intensidade.

“Continue a praticar. Esta é a regra de ouro!”

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